quinta-feira, 20 de outubro de 2016

BAUDRILLARD E A MORTE DO REAL

«Dissimular é fingir não ter ainda o que se tem. Simular é fingir ter o que não se tem. O primeiro refere-se a uma presença, o segundo a uma pura ausência. Mas é mais complicado pois simular não é fingir: " Aquele que finge uma doença pode simplesmente meter-se na cama e fazer crer que está doente. Aquele que simula uma doença determina em si próprio alguns dos respectivos sintomas.» (Littré). Logo, fingir ou dissimular deixam intacto o princípio da realidade: a diferença continua a ser clara, está apenas disfarçada, enquanto que a simulação põe em causa a diferença do "verdadeiro" e do "falso", do "real" e do "imaginário". O simulador está ou não doente, se produz "verdadeiros" sintomas? Objectivamente não se pode tratá-lo nem como doente nem como não doente» (Jean Baudrillard,Simulacros e Simulação, páginas 9-10, Relógio d´Água).


Para Baudrillard vivemos em um tempo de hiper realidade e simulacros  após a morte do real. Nossas meta narrativas quebradas, nosso subjetivismo incerto, sofrem as estratégias fatais do objeto.
Como em nenhuma outra época a ideia de verdade e as certezas pareceram tão frágeis em nossas imaginações do real.
Nossos enunciados estão finalmente a deriva...


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