segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O COTIDIANO DAS ILUSÕES

O mundo gira
Entre a noite
E o dia.
Fora isso,
A vida segue
Sem grandes pretensões.
Segue como  o tédio de um rio
Sem correntezas e exaltações.
Amanhã será como ontem.
Talvez eu viva até mesmo
O calor momentâneo

De algumas ilusões
Perenes,
Destas que brincam de transformações.
Mas quando a noite abraçar as horas
Sofrerei o frio das decepções.

OS FUTUROS QUE NÃO VIVI

Alguns futuros
Passaram por mim
Em festa,
Vislumbres de amanhãs
Impossíveis,
De mundos imaginários
De plena felicidade
Que nunca tocaram
Minha vida.
Através deles
Constato
Minhas distância internas,
Meus lapsos e vazios
Que alimentam tantas
Angustias e silêncios.

SEM SENTIDO

Tenho medo
Quando nada mais
Me parece
Ser possível dizer,
Quando o deserto
Invade imaginações
E pensamentos,
Estagnando emoções.
É como um desencontro
Entre o eu e a palavra
Que torna a vida
Inteiramente irrelevante.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A SUBVERSÃO DO RISO

Tenho risos
Presos na garganta seca
Que nunca tiveram motivo
Para sair.
Mas eles estão lá,
Estejam certos,
Desregrando a fala
Que me cala ansiedades
No sem nexo
De algumas frases.


Eles me arranham
A garganta,
Transformam palavras
Na festa dos atos falhos,
Fazem de mim um palhaço
Na demasiada angustia
De contê-los.


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

AS ILUSÕES DO PROGRESSO



Os futuros de hoje

Já não são

Como os de antigamente.


Não reconhecem passados,
são como presentes ausentes,
oferecendo os mesmos medos

e as angustias de sempre
nas  ilusões do  progresso.

Os futuros de hoje
já nascem obsoletos,
se quer viram noticias
enfeitando o tempo.


domingo, 17 de novembro de 2013

AFORISMAS SOBRE META SIGNIFICADO



A linguagem é  uma forma de ver as coisas onde elas não estão, simplesmente porque não são.
@
A consciência tornou-se até agora o silêncio do corpo.
@
O absurdo é tudo aquilo que nos inventa um mundo possível.
@
Todas as certezas vivem a deriva.
@
 Não é quem sou quem existe, mas quem eu acho que fui que persiste....

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O DIA QUE NÃO FOI

E o dia
Foi apenas silêncio,
Um retalho de tempo
Sem valor
Do qual
Já não me lembro.

O dia quase
Não aconteceu.
Deu-se em silêncio,
Deu em nada
E nem disse adeus.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

TEMPO QUE PASSA

Que o tempo passe
Depressa,
Que arda e desfaça
A pressa
Cotidiana e incerta,
Que nos lança
Aos abismos
Dos nossos futuros,
Aos vazios dos
Amanhãs pendentes
No qual se desfaz
Meu ego urgente.


A REALIDADE OSCILANTE

Nunca sabemos a diferença entre aquilo que na meta gramática das coisas nos diz a realidade. Sabemos apenas suas representações em nosso intimo construídas como significações e orientação de certeza. Mas esta grande invenção humana chamada realidade, que perpassa todos nós é mais ampla e rica do que o concebível por cada indivíduo. Em outras palavras, interagimos todos  no escuro e quase não nos vemos nas tantas possibilidades da existência na pouca e cotidiana vida que nos leva.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

DESENCONTRADAS PALAVRAS

Desencontradas,
Nossas palavras cruzadas,
Rasgaram o acaso
Impondo significados ao silêncio,
Revelaram os abismos ditos
Em revelações de vazios.
Esgotamos, então, a realidade
No desconcerto do verbo
Das esperanças e sonhos
Que mau nos aqueciam
Em meio ao frio
De tanta gramática.

PALAVRAS E SENTIMENTOS DAS COISAS

Palavras escrevem momentos
Que correm contra o vento
Dizendo sentimentos
Que se apagam,
Que passam efêmeros
Como a própria vida.
Tão pouco  real
É nosso dizer das coisas,
Nossa inquietude de querer
E buscar
O mais profundo da existência.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O TEMPO QUE EU QUERO

Quero viver
De um tempo
Que me sustente
Os anos,
Que me reinvente
A cada dia
O possível da existência
Sem o peso de tudo
Que me parece estranho,
Contrario ao acaso
Que me sustenta a vida.