quarta-feira, 26 de agosto de 2009

PARANOID ANDROID BY RADIOHEAD...

Paranoid Android by Radiohead é uma das mais belas e poéticas canções dos anos 90 do séc XX e seu vídeo clip uma autêntica obra de arte e artesanatos de linguagens que nos lançam ao deslocamento mais intenso e profundo que a linguagem musical pode nos proporcionar em seu dizer do indizível em meta linguagem...

PARANOID...

if... in my head... now...

A chuva cai sobre mim

me desligando de todas

as vozes

que me dizem o mundo

em introspecção e segredo...

"Posso ser paranoico,

mais não um androide..."

Fique longe de mim...

não me diga a comum realidade

de caos e multidões.

Tudo que existe

é um modo dissimulado

de aprendizado de solidões...

PARANOID ANDROID

Please could you stop the noise,

I'm trying to get some rest

From all the unborn chicken voices in my head

What's that...? (I may be paranoid, but not an android)

What's that...? (I may be paranoid, but not an android)

When I am king, you will be first against the wall

With your opinion which is of no consequence at all

What's that...? (I may be paranoid, but no android)

What's that...? (I may be paranoid, but no android)

Ambition makes you look pretty ugly

Kicking and squealing gucci little piggy

You don't remember

You don't remember

Why don't you remember my name?

Off with his head, man

Off with his head, man

Why don't you remember my name?

I guess he does....

Rain down, rain down

Come on rain down on me

From a great height

From a great height... height...

Rain down, rain down

Come on rain down on me

From a great height

From a great height... height...

Rain down, rain down

Come on rain down on me

That's it, sir

You're leaving

The crackle of pigskin

The dust and the screaming

The yuppies networking

The panic, the vomit

The panic, the vomit

God loves his children,

God loves his children, yeah!

CRÔNICA RELÂMPAGO XVX

Quando temos a consciência e a expectativa de um iminente acontecimento, na exata medida em que o constatamos configurado e prefigurado em imediato de fatos, quase acreditamos que o pensamento antecipa a realidade. Mas tudo o que vivemos em tal circunstância não passa da figuração intuitiva de uma determinada possibilidade de desdobramentos factuais ou causalidades, uma ingênua representação da realidade que, no vazio de um único segundo nos surpreende, ultrapassa e supera.
Como em tudo que diz respeito a vida, também aqui, o essencial nos escapa... justamente porque não existe.

STREAM OF THOUGHT


Inerte em uma manhã chuvosa
Vejo a vida passando no tempo,
Deixo o fluir de tudo
Crescer em mim mesmo
Em múltiplas metamorfoses
De significados e figurações.

O cotidiano, de repente,
Desnuda-se como um brando absurdo,
Quase não existe...

Mas do outro lado da rua
Vislumbro futuros paralelos
No espelho de uma poça de lama,
Intrigas de imaginações
E divertidas solidões
À desconstruir universos...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

SOBRE O CONTEMPORÂNEO DISCURSO DA REALIDADE

Em termos de codificação da realidade, linguagem e sentimento de mundo tornaram-se, com a época moderna, sinônimos de reflexão e pensamento... Constituíram um amalgama cognitivo onde a figuração do real traduz-se em sentimento da verdade e do verdadeiro como experiência ontológica.
Hoje, em nossa contemporaneidade, tal identidade encontra-se ameaçada. Já não nos seduzem discursos ou proposições que dizem “como as coisas são” , mas que expressam nossas duvidas e angustias com relação a como consideramos, a partir de nossas singularidades e individualidades, como gostaríamos que elas fossem.
Questionamos, no fundo, a própria possibilidade de satisfatoriamente traduzir a vida em qualquer discurso...

O HOJE COMO DEVIR

Felicidade
É provar um gole de paz
Ao fim do dia,
Esquecer-se no silencio
De um sofá fechado
Entre quatro paredes frias,
Não pensar
Em qualquer outra coisa
Alem da intensidade
De si mesmo,
Escrevendo o segredo
De um nome
Em um canto escuro de mundo.

Felicidade
É vislumbrar o presente
Como único futuro
Nas inúmeras possibilidades
Da vindoura existência.

Felicidade
É saber um pouco de nada,
Ócio e lúdico
Cochilando no quase ser
Da confusão dos pensamentos
Mais íntimos e perdidos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

INTERNET E INDIVIDUALIDADE


Depois que as tecnologias digitais reconfiguraram nossa experiência do real ou cotidiano vivido, o conceito de projeção ganhou novas dimensões e significados concretos. Afinal, projetar-se no virtual da Internet é uma experiência que de muitas formas nos desloca da experiência de um eu continuo e ilusoriamente uniforme, que nos conduz à complexa vivencia de uma surpreendente afinidade entre individualidade e fantasia para a qual a nossa noção de pessoalidade não passa de uma abstrata senha no jogo da existência...

A MUSA DO MEU FUTURO


Guardo meu rosto
Em tua memória
No ilegível da existência,
Como se fosse um abstrato beijo
No silêncio das emoções manifestas,
Uma recordação dos futuros
Que buscamos em cacofonias,
Em vislumbres de aventuras
De alma e caos.
Sem nos conhecer ou saber
Nas dissonâncias do mundo
Rasgado em imensidões
De vertigens e dias.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

MITO E INDIVIDUALIDADE EM C G JUNG


No prólogo à suas memórias C G Jung nos oferece preciosos indícios de sua singular concepção da individualidade humana. Para ele a autoconstrução de cada individuo pressupõe uma “projeção mitológica”, a imaginação como senha do principio de toda realidade cognoscível . O significado da vida revela-se, assim, como uma experiência de fantasia e, por isso mesmo religiosa de um modo que contradiz e transcende toda religiosidade tradicional... o individuo como arquétipo é a essência da experiência mitológica...

“ Minha vida é a história de um inconsciente que se realizou. Tudo o que nele repousa aspira a tornar-se acontecimento, e acontecimento, e a personalidade, por seu lado, que evoluir a partir de suas condições inconscientes e experimentar-se como totalidade. A fim de descrever esse desenvolvimento, tal como se processou em mim, não posso servi-me da linguagem cientifica; não posso me experimentar como um problema cientifico.


O que se é, mediante uma intuição interior e o que o homem parece ser sub specie aeternitatis só pode ser expresso através de um mito. Este último é mais individual e exprime a vida mais exatamente do que o faz a ciência, que trabalha como noções médias, genéricas demais para poder dar uma idéia justa da riqueza múltipla e subjetiva de uma vida individual.


Assim, pois, comecei agora, aos oitenta e três anos, a contar o mito da minha vida. No entanto, posso fazer apenas constatações imediatas. Contar histórias. Mas o problema não é saber se são verdadeiras ou não. O problema é somente este: é a minha aventura a minha verdade?”

( C.G.JUNG. Memórias, Sonhos e Reflexões/tradução de Dora Ferreira da Silva. ERJ: Editora Nova Fronteira 20° ed, s/d.)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

À MUSA DO ALÉM MUNDO


Queria perde-me...
Poder me esconder
Em seu sonho
Sem pensar o mundo,
Viver sensações em seu corpo
Em franco paraíso
De sutis e secretos materialismos
De alma
No absoluto de um indefinido
Tempo e espaço em céu aberto.
Através do pensamento,
Em vento e movimento,
Todo universo parece contido
No ilegível dos corpos
Em absoluto sentimento...

LOVE IS FREE AND REAL...

domingo, 16 de agosto de 2009

POEMA PSICODÉLICO

Respiro um sonho
No aqui e agora

Da vida refeita
Em imaginações
De momento.


Sei todas as cores do amor
E do desejo
Escritos em meu peito
Desfeito
Nas sombras de arco-iris.


O universo, de repente,
Cabe em uma lágrima de céu
Enquanto me vejo e me encontro

No mundo dos espelhos
Como viva metáfora
Da meta humanidade
Ou do alem do humano...

TEMPORALIDADE E DEVANEIO

O passado é mais que simples memória de acontecimentos vividos e perdidos, é um deslocamento do tempo presente, um estranhamento do agora através do outro de si mesmo...
O passado é o fantasma que nos assombra, como identidade e memória, a cada vislumbre de futuro, ironicamente alimentando a contemporânea invenção de um presente sem fronteiras que reinventa o tempo no indeterminado das permanentes metamorfoses da imanência...
Talvez por isso, existam dias em que nos deslocamos da existência, em que tudo se faz ilegível e provisório no vazio dos fatos cotidianos. Contemplamos, então, a nudez da vida em bifurcações de potência de atos que aleatoriamente desfiam os imperativos da vontade e vislumbres de desejados futuros... De muitas maneiras, somos o resultado amorfo de nossas perdas...

sábado, 15 de agosto de 2009

WOODSTOCK: 40 ANOS DEPOIS...


1969: WOODSTOCK foi o ultimo suspiro de toda uma época em que a realidade só era possível através da linguagem dos sonhos, do suspiro de delírios múltiplos e desgovernados na desconstrução e reconstrução mágica da vida em dia a dia de imaginação selvagem... A orgia que define o evento em regressão de convencional humanidade é um testemunho da paz redentora da contra cultura, do vazio de personas em anarquia absoluta de vida... e contra cultura ou anti iluminismo radical...

DO YOU REMEMBER WOODSTOCK? PEACE TRIBUTE



Embora o movimento hippie, uma das mais expressivas versões da contra cultura dos anos 60, cultive como referência espacial e tenha surgido na cidade norte americana de San Francisco, foi em uma fazenda próxima a cidade de Woodstock, estado de New York, onde ocorreu sua maior consagração. Refiro-me, evidentemente, ao WOODSTOCK FESTIVAL, que ocorreu entre os dias 15 e 17 de agosto de 1969 e reuniu grandes e pequenos nomes do cenário musical da época sintetizando a sensibilidade e cultura musical da geração rock and roll 60 e do flok. Entre eles cabe citar Jefferson Airplane, Rolling Stones, Jannis Joplin, Jimi Hindrix, The Who, Joe Cockei e Creedence Clearwater Revival.
Do ponto de vista da história da cultura no século XX, este festival foi o coroamento e a máxima expressão do imaginário de uma década de século marcada pela aceleração dos ritmos cognitivos do sentimento de mutação do real e pela contestação severa dos valores e cultura tradicional, das representações convencionais de mundo...
A mítica de Woodstock estabeleceu uma linguagem e um campo novo na indústria cultural e nos protocolos e vivências do rock and roll enquanto fenômeno social. Em outras palavras, depois de então, os grandes festivais tornaram-se o locus privilegiado da celebração de valores, ideologias, causas ou, simplesmente, da própria música como orgiástico símbolo da cultura de massas...
A guerra do Vietnã havia terminado a pouco... o que faz de Woodstock, por razões óbvias, uma celebração de paz como nenhuma outra...

DES-REALIDADE

Procuro olhar
Para fora da minha vida,
Sorver o mundo
Que se desfaz e refaz
Apesar de mim
Até provar a embriaguez
Da existência
E o impessoal que define
Todas as coisas possíveis.

Aprendo que nada é perfeito
Ou verdadeiro
Que tudo passa
Ao sabor do acaso
Vestindo silêncios
E infinitos...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

THE BEATLES:ABBEY ROAD FOREVER!

Neste mês de agosto, ou mais especificamente no último sábado, o álbum dos Beatles Abbey Road compretou 40 anos. Ainda hoje ele é uma das peças musicais mais vendidas da discografia das banda, gozando de uma admirável atração e fascineo que transcende o tempo e se realiza no absoluto da mais perfeita mitologia desta ontologica banda de profundamente autêntico rock and roll.
Abbey Road apresenta os Beatles em um de seus melhores momentos da fase psicodélica e em plena maturidade musical. Afinal, fazem parte deste antológico album, lançado em 26 de setembro de 1969 e, de acordo com a revista musical "Rolling Stone", um dos 14 melhores discos de todos os tempos, canções como "Come Together", "Here Comes The Sun" e sumertime.
Mais o álbum tornou-se clássico também pela singularidade de sua foto de capa, sem o nome da banda e com uma imagem singularmente fascinante... onde John, Ringo, Paul e George cruzando em fila indiana uma faixa de pedestres, em uma rua iluminada onde se destaca um Fusca branco estacionado à esquerda.Cabe observar que o fusca branco, de propriedade de um vizinho de Abbey Road, teve a placa (de número "28IF") roubada várias vezes após o lançamento do disco. Claro testemunha de seu apelo mitológico e mágico sob o imaginário da época.Em poucas palavras, viver a experiência mágica do álbum vale mais a pena que qualquer definição ou definição de sua simbologia... Em sua contemporaneidade reside sua viva hitoricidade como reinvenção do passado através do atemporal de significados...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

2009: ANO INTERNACIONAL DA ASTRONOMIA


A etimologia da palavra astronomia remete a língua grega (άστρο + νόμος) e quer dizer literalmente “lei das estrelas”. Contemporaneamente esta ciencia, que viveu uma longa e complexa evolução ao longo dos séculos, nos lança em um espaço cognitivo onde dialogam agora as linguagens da fisica teórica, da matematica, da biologia e da filosofia do tempo presente, em um esforço de reflexão em torno dos limites, metamoforses e transcendências da condição humana.
Infelizmente subordinada a linguagem do poder politico institucional ao longo da segunda metade do século XX, nenhum outro saber nos oferece desafios e aventuras reflexivas sobre nosso lugar, ou não lugar, diante da compolexidade de um universo onde o fenômeno humano quase nada significa e nossa razão convencional é desafiada a aceitação da racionalidade do absurdo...
Em termos imediatos, tal divagação tem por objetivo lembrar que a ONU consagrou 2009 como o ano internacional da astronomia... Fascinante ciencia cujas possibilidades de desenvolvimento e avanço são cada vez mais subordinadas a uma injusta dependência de investimentos estatais e a subordinação mediodre a arbitrariedade de politicas públicas que nem sempre consideram o que de melhor essa configuração cognitiva pode oferecer... Uma amostra disso é o desenvolvimento de programas espaciais nacionais que sãococebidos a serviço da pueril vaidade de nações e governos...
Importante citar diante do fato que a astronomia pressupõe diversos campos de pesquisa sustentados por pesquisadores autônomos que, “audaciosamente indo onde nenhum home jamais esteve” (rs), inventam novas linguagens de realidade em quase meta humana certeza de mundo...

SITE RELACIONADO: www.sab-astro.org.br/

www.astronomia2009.org.br/

http://cosmicdiary.org/blogs/alberto_krone_martins/?p=150

ZERO


O sem nome de um fato
Deixou-me vazio,
Quase inexistente,
No acontecer das coisas
Em devir;
Como se não fosse realidade
Tudo o que foi imprudentemente
Vivido
Nas últimas horas,
Como se o dia
Abandonasse o tempo
Na definitiva desconstrução
Das minhas mínimas certezas...

Mas a vida acorda

em um texto de cores vivas

de puras e cruas imanencias...

sábado, 8 de agosto de 2009

DEVIR E TEMPO PRESENTE

Dentro do finito
De um dia,
Quantas infinitudes
De possibilidades,
Quantos possíveis desdobramentos
De mim mesmo...
Mas tudo acontece
Mínima e permanentemente
No ilusório fato consumado
Do que me tornei
Em aventuras de aqui e agora.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Meat Free Monday II

A campanha de Paul McCartney não nos oferece ou impõe a adesão a principios naturebas...Apenas sugere um dia de semana sem carne em ludico acontecer de metamoforse à toa de hábitos e existência. Nada mais lúdico e radicalmente profundo no acaso dos atos...

Meat Free Monday




"Temos de nos preocupar com a mudança climática porque, caso contrário, vamos deixar nossos filhos e os filhos deles em uma situação muito complicada."
Paul McCartney ao jornal britânico The Independent.

No último dia 15/6 Sir Paul McCartney, Mary e Stella McCartney, iniciaram no Reino Unido, ao lado de outras celebridades e artistas como Yoko Ono, Kevin Spacey e Woody Harrelson e Chris Martin, vocalista da banda Coldplay, uma curiosa campanha para combater os efeitos das mudanças climáticas sobre o planeta definida pelo seguinte slogan: Meat Free Monday “Segunda Feira sem carne”.Cabe esclarecer que a campanha é uma reação a um relatório da FAO/ Organização das Nações Unidas (ONU) que alerta para o fato de que a produção de carnes para o consumo humano é responsável pela imissão de 18% dos gases responsáveis pelo efeito estufa, superando assim o setor de transportes. No site oficial da campanha há informações mais detalhadas sobre o assunto: http://www.supportmfm.org/.
A iniciativa de Paul é realmente louvável, e traduz o quanto no mundo contemporaneo as linguagens sociais estão se transformando e reformatando o modo como as pessoas se mobilizam e expressam coletivamente pensamentos, causas ou idéias a partir da experiencia cotidiana.
As transformações da esfera pública passam agora por uma desconstrução da cultura politica da modernidade e pela experiência ludica de “temas alternativos” que de um modo profundo transformam o cotidiano a partir de uma reinvenção de nosso modo de viver e sentir o imediatamente dado de cada dia...
Seguem alguns links relacionados:

AUTO ESQUECIMENTO


Mal sei o rosto
Que compreendo no espelho
Como a face que me define
E me faz perdido
No olhar dos outros.

Estou longe de mim mesmo
A buscar propósitos
E futuros que me devoram
E realizam,
Estou a alguns segundos
De me esquecer
Nas necessárias fantasias
De viver a vida
Em indiferente cotidiano...

HAPPY DAY


Em alguma parte da vida,
No azul de algum dia,
Sei que me aguardam
EXISTÊNCIAS
Com o sabor de jardins,
Alguma alegria a toa
De tempo e mundo
Que me conduzirá
A simplicidade
De estar vivo nos labirintos
Do aqui e agora
Sem peso de significados vagos
De permanências e tempo...

domingo, 2 de agosto de 2009

O DEUS ESCORPIÃO by WILLIAM GOLDING


O Deus Escorpião (1971) reúne três novelas do consagrado escritor britânico William Golding, também autor do clássico O Senhor das Moscas, uma dos mais prestigiados romances da literatura inglesa. Trata-se das seguintes novelas: O Deus escorpião, que dá nome a coletânea, Clonk, Clonk e O Emisário Extraordinário, este ultimo escrito em 1956. As três narrativas, ambientadas na Roma e no Egito antigo, pelo seu abstrato caráter fantástico, podem despertar certa perplexidade no leitor mais desavisado e não habituado com as experiências de vanguarda do modernismo. Afinal, trata-se aqui de esboços literários formatados por uma desvairada e insólita aventura imaginativa e imagética que rompe com a narrativa convencional. Sua leitura é quase ilegível exige do leitor certo esforço cognitivo para preencher seus vazios e nuanças.
Podemos considerar esta obra uma tripartida variação sobre um mesmo tema: o imaginário do poder e sua elementar e absurda codificação da vida coletiva, ambientadas em uma antiguidade imaginária onde despontam Estados dinásticos e estratificados... Cabe observar que o Egito antigo fascinava o autor que demonstra aqui o quanto merece o titulo de “antropólogo da imaginação”.
Pela ousadia formal e estética destas narrativas, profundamente satíricas em sua critica alegórica a modernidade, tendo a classificá-las, não sem polemicas, como Pós modernas.